
Problemas de memória? – Estratégias de intervenção
Os problemas de memória encontram-se normalmente associados a pessoas mais velhas, com mais de 65 anos. No entanto, é comum ouvirmos nos dias que correm, pessoas consideravelmente jovens, a queixarem-se de problemas a nível da memória, concentração e atenção.
Este assunto tem merecido igualmente atenção por parte de especialistas que trabalham com crianças que apresentam este tipo de distúrbio, no entanto, nesta crónica, a população à qual me refiro, dirige-se a jovens e adultos, que a determinada altura das suas vidas se apercebem de falhas consideráveis a esse nível, que interferem com o seu dia-a-dia.
Em primeiro lugar é fundamental que, ao reconhecer essa situação como um problema a pessoa seja capaz e de procurar ajuda o mais depressa possível. Uma avaliação cognitiva adequada corresponde a um procedimento útil na avaliação global da pessoa e permite perceber qual o nível de gravidade das queixas.
Ainda durante essa avaliação a pessoa poderá igualmente aprender algumas estratégias que permitirão ajudar a lidar melhor com as queixas.
No final dessa avaliação, de acordo com a pontuação obtida nas provas, poderão ser propostas orientações terapêuticas adequadas à situação.
Programas psicopedagógicos representam um tipo de intervenção específica e que atuam exatamente nestas queixas.
Estes programas psicopedagógicos individuais (PPI) têm como principal objetivo promover as capacidades e/ou competências de modo a criar condições para que a pessoa consiga lidar com os seus problemas.
De uma forma global, permite responder às necessidades atuais da pessoa, procurando minimizar o impacto da dificuldade e/ou incapacidade. É uma intervenção que se adequa às limitações próprias da idade, mas que atua nas capacidades intactas da pessoa, promovendo assim as suas potencialidades.
No final da intervenção, pretende-se que cada pessoa se sinta mais capacitada, mais sensibilizada e melhor preparada para lidar com os problemas com que se depara, utilizando para esse efeito estratégias facilitativas que são aprendidas ao longo do processo terapêutico.
Cada programa é composto por 12 sessões e os principais objetivos deste tipo de intervenção estruturada são: 1. Identificar as capacidades intactas de maneira a minimizar o impacto doença e /ou incapacidade; 2. Desenvolver estratégias facilitativas que visem lidar com o problema/situação identificado(a); 3. Promover o treino cognitivo (memória, concentração e atenção) através de exercícios específicos para o efeito; 4. Promover a autoestima e autoconfiança do paciente.
Uma intervenção precoce a nível do treino da memória, pode ajudar as pessoas a lidarem melhor com os seus problemas e permitir com que se sintam mais confiantes nas decisões que tomam e perante os desafios que se propõem atingir.
Por fim, e para aqueles que sentem que a falta de memória representa uma preocupação, lembre-se que um tratamento adequado a esses sintomas ajuda a minimizar o risco de outras competências se deteriorarem progressivamente com a idade.
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